segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Hopeless - Capítulo 2

Junkyard


Indicando: http://alwayslovelikeyou.blogspot.com.br/




- Eu venho te ver quando sair da escola. - A garota disse.

- Espero que o ônibus vire e você morra. - Justin comentou de olhos fechados.

Chanel negou com a cabeça e saiu do quarto apressada. Sua cabeça estava a mil e ela queria chorar. Era difícil ouvir alguém desejando sua morte daquele jeito. Era duro aguentar o desprezo, mas o que ela poderia fazer? Não conseguia se libertar daquilo. Ela estava perdidamente apaixonada pelo maldito Justin Bieber. Ela não conseguia não se importar com ele.

...

Três dias haviam se passado desde que Justin fora internado. Jeremy ainda não havia aparecido na empresa, muito menos tinha ido visitar seu filho. Charlie estava estressado com o excesso de trabalho e isso estava acabando com todos da casa, principalmente Chanel.

O sinal tocou e os alunos levantaram-se apressados. Chanel estava ansiosa para visitar Justin mais uma vez e, apesar de estar tomando um gelo dele desde a primeira conversa no hospital, ela ainda se sentia animada. Era até melhor assim porque ela poderia falar qualquer coisa, poderia contar sobre seu dia ou sobre como sua mãe estava feliz com o aniversário de 150 anos de Newark.

A garota caminhava calmamente pelo corredor enquanto contatava seu amigo taxista, quando viu um garoto afobado vir correndo em sua direção. A jovem então se despediu de seu amigo e combinou de esperá-lo na esquina da escola em quinze minutos.

- Chay! - O rapaz gritou parando na frente da garota e apoiando as mãos no joelho.

Chanel revirou os olhos.

- Isso é o que dá faltar tantos treinos, você está enferrujando. - Ela disse.

- Eu descobri o que aconteceu com o Bieber. - Ele disse vitorioso ignorando o comentário da amiga.

- E? - Ela perguntou entediada.

- Eu te disse que ia descobrir, não disse?

- Tanto faz. - Chanel deu de ombros.

- Enfim, como eu estava dizendo, eu descobri que o Bieber foi assaltado e está em um hospital no centro. -  Connor disse como se tivesse acabado de solucionar um caso.

Chanel riu pelo nariz. O coitado não sabia do que estava falando.

- Como você sabe disso? - A garota perguntou segurando a risada.

- A pergunta é: como você não sabe disso? - Connor cruzou os braços. - Toda Newark Tech sabe!

- Tudo bem, talvez eu não tenha prestado atenção ao que Denise falava mais cedo. - A garota comentou.

Connor revirou os olhos e se pôs ao lado da amiga, a envolvendo com um dos braços pelo pescoço.

- Vai pra casa agora? - Ele perguntou enquanto caminhavam em direção à porta.

- É. Aliás, a Denise me pediu pra te avisar que ela está te esperando perto do banheiro feminino. - Chanel disse.

- Mas... Que merda ela vai fazer em...  - Connor calou-se e, aos poucos, um sorriso torto carregado de malícia se formou em seus lábios. - Agente se fala depois.

Chanel riu enquanto via seu amigo sumir pelos corredores feito um foguete. Demoraria poucos minutos pra que Connor percebesse que Denise estava treinando e não o esperando perto dos banheiros. Esse tempo seria perfeito para que Chanel fugisse sem precisar aceitar uma carona dele ou explicar para onde iria.

O caminho pareceu mais comprido naquele dia. Chanel estava se mordendo de felicidade porque no dia anterior descobrira que Justin estava melhor da dor nas costelas ao vê-lo debruçar-se para pegar algo no chão, do lado da cama.

Ela ainda se sentia trsite pelo contínuo descaso de Jeremy. Ele era tão cara de pau que inventara um tal assalto para esconder o quão errado seu filho era. E, certamente, também inventara o fato de Justin estar internado em um hospital no centro, afinal, os hospitais no centro eram, no mínimo, confortáveis, o que era diferente do lugar onde Justin estava.

O táxi parou e Chanel pagou a corrida, agradecendo à seu amigo. Logo a garota chegou até a recepção e pediu a autorização para ver Justin, mas havia algo de errado.

- Me desculpe senhorita, você é algum tipo de parente dele? - A moça perguntou.

- Ahn, não. Eu... sou só uma amiga. - E então Chanel sorriu amarelo.

- Bem, nós tentarmos entrar em contato com o senhor - Ela olhou o computador. - Bieber, mas infelizmente não conseguimos, então seria muito bom se você pudesse avisá-lo sobre o acontecido.

Chanel paralisou já pensando no pior.
Como assim? Justin estava cada vez melhor e... As coisas não devem ter dado tão errado. - Pensou a garota.

- Que acontecido? - Ela questionou.

- Hoje mais cedo o doutor responsável pelo jovem foi examiná-lo, mas ao chegar no quarto ele deu conta de que tudo estava vazio. - A mulher explicou.

- Ele... fugiu? - Chanel franziu a testa.

- O garoto não está em parte alguma. Essa é a nossa única desconfiança.

Chanel irritou-se com o que acabara de saber.
Que tipo de problema mental Justin tinha mesmo?

- Droga. Ele sabia que não podia sair assim. - Chanel lamentou. - O que vocês vão fazer sobre isso?

- Não podemos fazer nada. Ele saiu daqui, então não é mais problema nosso. - A mulher deu de ombros parecendo perder toda sua formalidade e gentileza em milésimos de segundos.

- Exatamente! Ele saiu daqui sem estar em condições pra isso. Como vocês podem deixar isso acontecer? Foi falha na seguança do hospital! - Chanel disse alterada.

- Isso não é um hospital de riquinhos, tudo bem? Nós temos pessoas morrendo na fila, não podemos ficar perdendo tempo com coisas idiotas. - A mulher alterou-se também. - Retire-se ou eu vou chamar a segurança.

- Se essa porcaria tivesse alguma. - Chanel deu um sorriso sarcástico e resolveu sair dali. Discutir não ajudaria em nada.

Ela precisava contar tudo a Jeremy mesmo que ele a fizesse sentir calafrios.

Dessa vez a garota resolveu pegar um ônibus porque seria mais rápido. Ao chegar na casa dos Bieber, Chanel correu até a porta e tocou a campainha de um jeito louco.

- Calma maldito! - Alguém murmurou irritado e Chanel reconheceu ser a voz de Jeremy.

A porta foi aberta e a expressão de ódio de Jeremy esvaiu-se ao perceber quem estava ali. Chanel por sua vez arregalou os olhos ao ver que o homem vestia apenas um roupão cobrindo apenas de sua cintura pra baixo e mostrando o quão arranhada estava sua barriga e tórax.

- Olá bonitinha. - O homem sorriu e Chanel sentiu seu estômago revirar.

- Oi. - Ela sorriu sem humor. - Eu preciso te contar uma coisa.

- O que aconteceu? - O homem perguntou e só então a garota percebeu que ele segurava um copo com algum líquido dentro, segundo ela mesma, Tequila.

Ele então deu espaço para que a jovem entrasse e em seguida fechou a porta. Chanel engoliu em seco. Pensar em estar sozinha com Jeremy fazia a garota tremer, então ela tentou convencer a si mesma que aqueles arranhos no corpo do homem significavam que ele estava bem acompanhado.

- Sente-se. - Ele disse. - Quer um pouco?

Jeremy estendeu o copo na direção de Chanel que negou com a cabeça apreensiva.

- Você sabia que Justin fugiu do hospital? - Ela disse de uma vez.

O homem supirou e sentou-se no braço de um dos sofás deixando coisas demais à mostra. Chanel desviou o olhar.

- Eu já esperava por isso. - Jeremy bebericou sua bebida despreocupado.

- E o que vai acontecer agora? Você não pode deixar seu filho machucado por aí. - Chanel pôs-se a falar.

- Não se preocupe, Justin se vira. - Jeremey deu de ombros.

- Você sabe que ele mal consegue andar direito, não sabe? - Perguntou a jovem.

- Sei. - Ele respondeu.

- E você também sabe que as noites aqui em Newark estão cada vez mais frias, não? - Ela perguntou mais uma vez.

- Sei. - Jeremy disse entediado.

- Não vai fazer nada sobre isso? - Perguntou indignada.

- Justin já é bem grandinho. - Ele se desfez com desdém.

- Não, ele só tem 18 anos. Acorda, cara! - E então Chanel saiu da casa quase voando.

A garota estava irritada. Muito irritada. Não conseguia pensar em um pai pior que Jeremy. Será mesmo que ele não se preocupava com Justin? Era tão frio da parte dele!
Chanel abraçou o próprio corpo sentindo o estranho frio que vinha abatendo Newark. Ela sabia onde Justin poderia estar, mas tinha medo de arriscar.
E se ele não estivesse lá? E se aqueles caras vissem ela sozinha? E se tudo desse errado?
Mas então ela lembrou de Justin e de como ele precisava dela para convencê-lo a voltar por hospital, ou até mesmo pra voltar pra casa.
Valeria à penas correr esse risco por alguém como Justin? Alguém que não se importava com ela?
Isso ela teria que decidir rápido, Justin poderia estar em apuros, afinal, ninguém descobriu quem o machucara daquela forma e só Deus sabia onde eles estavam.

...

Justin estava cansado e sentia que sua costela reclamava da longa caminhada que ele fizera até o ferro velho. Ele então deu um gole em sua garrafa de Tequila, tragando seu cigarro em seguida, sem se importar se corria o perigo de explodir fazendo aquela loucura.
As mãos do garoto estavam trêmulas de frio, mas nem isso fazia com que a idéia de voltar para o hospital fosse, ao menos, cogitável para Justin. Sua calça jeans e sua camiseta preta mal colocadas não eram suficientes para fazê-lo sentir-se quente, mas aquela garrafa o estava deixando tão fora de si que ele até pensou estar vendo mais alguém, além dele, naquele lugar. E talvez ele não estivesse tão fora de si assim.

Chanel avisou os cabelos dourados que brilhavam ainda que o céu estivesse nublado. A pele branca do rapaz estava bem mais clara que o natural e suas vestes escuras destacavam isso. A garota percebeu que ele segurava algo com uma das mãos, enquanto com a outra manuseava seu cigarro. O corpo dela enrijeceu-se. Justin não estava em seu estado normal pelo modo como a encarava e isso era assustador. Ele continuava estupidamente lindo daquele jeito.

O rapaz levantou-se e ficou em alerta para atacar quem quer que fosse. Ele não conseguia enxergar direito já que sua visão estava embaçada. Seu coração estava acelerado, mas não dava pra saber se era por conta do cigarro ou por medo do desconhecido. Seu peito subia e descia denunciando sua respiração ofegante. Sua jugular estava alterada como se fosse explodir e esse não era um bom sinal. Mas tudo foi se dissipando quando Justin reconheceu a silhueta delicada e bem feita de Chanel. E ao contrário do que seria natural para qualquer rapaz adolescente, ele não admirou a presença da garota.

- J-Justin. - Chanel chamou temerosa.

O garoto continuou a encarando, mas sua expressão de assustado mudara para raivoso. Ele estava muito bravo. Bravo e desnorteado.
A garrafa foi jogada no chão e o cigarro também, mas por sorte, nenhu dos dois se encontrou depois da queda.

Justin deu três passos e Chanel recuou um. Ele sorriu de lado.

- Está assustada? - Perguntou divertido.

- Você precisa voltar p-pro hospital. - Ela engoliu seco.

- E você veio me buscar? - Justin aproximou-se um pouco mais.

- Sim. - Ela assentiu fechando os olhos ao sentir que o rapaz segurara seus dois braços.

- Você é tão estúpida. - Ele riu pelo nariz e segurou firme no cabelo da jovem. - Cadelinha, cadelinha.

Justin riu pelo nariz mais uma vez e puxou o cabelo da garota para o lado, embrenhado seu rosto no pescoço de Chanel.

- Justin... Me solta, por favor. - Ela pediu e o rapaz afastou-se bruscamente.

Justin suspirou e colocou as duas mãos nos próprios quadris, encarando a menina à sua frente.

- Vá embora vagabunda. - Disse irritado.

- Você precisa vir comigo. - Ela insistiu.

- Não, eu não preciso. Agora dê o fora que os caras estão chegando.

- Que caras? - Perguntou.

- Os caras que vão encher sua cara de bala se te virem aqui. - Justin declarou sorrindo como se a ideia o agradasse.

- Eu não vou embora sem você. - Chanel agarrou-se a um dos braços de Justin.

- Solta meu braço porra! - Gritou puxando o braço e gemendo em seguida pela dor em sua costela. - Vadia!

Chanel arregalou os olhos ao ver Justin levantar o braço esquerdo e acertar seu rosto logo em seguida.

- Que merda você tem na cabeça garota? - Ele perguntou irritado vendo que ela começaria a chorar. - Me deixe em paz! Pare de me seguir por aí, isso é insuportável.

Enquanto falava Justin cutucava o ombro e a testa da garota com o indicador. Na última palavra da frase ele a empurrou fazendo com que ela caísse sentada no chão.

- Vamos embora comigo, por favor. - Insistiu a garota enquanto levantava-se em lágrimas.

Justin urrou de ódio e a segurou pelo cabelo com força.

- Eu vou te dar o que você quer vagabunda. - Justin deu uma puxada forte fazendo a garota cair de joelhos. - Não é foder que você quer porra? Quer que eu te coma, não é? Hein? Diz pra mim vadia!

- Me solta seu imbecil! - Chanel disse enquanto tentava atingir Justin com tapas e socos, sem sucesso.

Justin deu mais um tapa em Chanel e a deitou no chão, sentando sobre ela.

- Nós vamos até ali e eu quero que você fique bem quietinha, entendeu? Não quero ouvir uma palavra vinda de você. - Justin puxou o cabelo de Chanel mais uma vez. - ENTENDEU?

- Entendi, eu entendi. - Choramingou a garota.

Justin então saiu por entre os carros do ferro velho arrastando a garota pelo cabelo enquanto essa tentava acompanhar os passos dele. Quando ambos chegaram perto da lataria de um enorme caminhão, Justin largou Chanel e a mandou entrar no véiculo antigo.

A garota estava assustada, mas sabia que não podia fazer nada, estava desprotegida ali, totalmente a mercê dos desejos de Justin Bieber.


CONTINUA...


E aí? Esse final não ficou tão bom quanto deveria porque quando eu escrevi ele, eu estava doente (ainda estou, mas melhorei um pouco). E não postei antes porque ou estava no hospital, ou dormindo, vocês sabem, adoecer acaba com você.
Enfim, é isso aí, me desculpem pela demora.
xoxoxoxox

 #swag

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Hopeless - Capítulo 1

I Care About You
(Coloque o vídeo pra carregar e dê play quando eu disser http://www.youtube.com/watch?v=_VwEIfB-QC8 )
(A música não é tão legal, mas se concentrem na letra ok?)


A chuva grossa caía fortemente naquela noite de sexta-feira. O céu estava negro. Não haviam estrelas e a lua estava escondida sob as nuvens. Não havia ninguém nas ruas, além de alguns cachorros abandonados pela cidade. Entretanto, em um dos becos sujos e úmidos de Newark havia um garoto. O único ser humano que estava debaixo de toda aquela chuva. Seu cabelo claro estava jogado sobre seu rosto e seu corpo estava de bruços, imóvel.

Durante toda aquela madrugada ele permaneceu ali, desacordado. Mas foi pela manhã que um senhor o encontrou. Suas vestes ainda estavam molhadas e alguns insetos caminhavam sobre ele. Seu estado era deplorável e ninguém parecia se importar com seu sumiço.

- Ei rapaz. - O velho chamou deixando seu carrinho cheio de ferro velho para trás.

O eco fez com que sua curta frase se repetisse algumas vezes, mas mesmo assim, ele não recebeu reação alguma.

- Ei garoto, você está bem? - O homem insistiu se aproximando.

Com o pé, o senhor cutucou a costela do garoto e esse gemeu baixo como se aquilo o tivesse machucado.

O garoto gemeu mais uma vez, tentando levantar-se, sem sucesso.

- Você precisa de ajuda? - O velho perguntou preocupado.

Com muita dificuldade o garoto abriu os olhos e sorriu de lado, encarando o senhor com um olhar debochado.

- O que você acha? - Ele perguntou com a voz falha e cansada.

O homem olhou para os lados à procura de alguma alma viva com um celular por ali, mas era óbvio que ninguém passaria por aquele beco àquela hora da manhã.

- Eu... Fique aqui, eu vou buscar ajuda. - O homem disse, correndo logo em seguida.

- Como se eu pudesse ir pra qualquer lugar. - O garoto disse sarcástico tentando, mais uma vez, levantar-se do chão imundo.

...

O despertador tocou exatamente às 7:00 pm. Chanel assustou-se com o barulho alto e levantou depressa, olhando para os lados desnorteada. A garota passou as mãos pelo cabelo suspirando e desligando o rádio que a despertara com Psychosocial de Slipknot. Ela então resolveu que deveria começar a se aprontar para a escola ou acabaria se atrasando como acontecera na quinta-feira.

Após ter feito sua higiene matinal, vestido uma roupa e arrumado suas coisas dentro da mochila, Chanel desceu para a cozinha onde encontrou seus pais conversando.

- O que aconteceu? - Ela perguntou ao perceber a seriedade e preocupação expressa nos olhos de sua mãe.

- Jeremy acabou de me ligar avisando que não vai aparecer na empresa hoje. - Charlie, pai de Chanel, disse.

- Vocês estão assim por isso? - Chanel revirou o olhos e jogou a mochila em cima de uma das cadeiras, sentando-se na vizinha.

- Não, estamos assim pelo motivo da falta dele. - Charlie disse como se fosse óbvio.

- Dá pra irem logo ao ponto? - A garota perguntou disfarçando sua preocupação. Ela sabia bem do que deveria se tratar.

- Justin sumiu ontem depois da escola e foi encontrado hoje mais cedo em um dos becos perto do centro. - Roselie, mãe de Chanel, disse preocupada.

- Ele está bem, não está? - Chanel perguntou apreensiva.

- Bem, ele está vivo e é isso o que importa. - Charlie deu de ombros bebericando um pouco do seu capuccino.

- Foi tão grave assim? - Chanel questionou.

- Chanel, você notou que só nos fez pergunta desde que chegou aqui? - Charlie disse rude. - Eu já disse que Justin está vivo, agora pare de se preocupar com isso e tome seu café da manhã.

A garota suspirou e abaixou o olhar, começando a encarar a variedade de comida à sua frente. Seu apetite estava escasso agora. Ela não queria mais comer. Não depois de ter ouvido aquilo. Justin estava vivo e isso era bom, mas ela queria saber exatamente como ele estava. Se estava doente ou machucado. Se estava com medo ou se estava sendo bem cuidado onde quer que estivesse. Ela estava preocupada.

- Não vai comer querida? - Roselie perguntou afagando o cabelo da filha.

- Ahn, não. Eu perdi a fome.

Chanel então levantou-se e apanhou sua mochila, saindo dali o mais depressa possível enquanto Charlie gritava seu nome bravo.

A jovem abriu a porta de casa e, mesmo sendo cedo demais para fazer qualquer coisa naquele bairro, ela decidiu que não ficaria em casa até que o ônibus escolar chegasse.

Caminhando pelas ruas de Newark Chanel percebeu o quanto o dia estava feio. Sem sol ou pássaros. Nada de roupas coloridas para as pessoas que por ali passavam e ne mesmo a brisa doce de uma manhã de primavera, afinal, era outono.

Sua mente estava cheia de preocupações. Ela pensava no time de natação e em seu trabalho de ciências. Pensava em seu irmão, Robert, que estava na França há mais ou menos cinco anos. Pensava em como sua vida estava bagunçada ultimamente. Pensava no convite de Jimmy para o baile de outono e em sua desavença com Lea. Pensava em como seu pai havia mudado e em como ele agia estranhamente quando se referia à ela. Pensava em Justin e em seu novo modo de vida, totalmente desregrado e inconsequente.

Chanel sorriu involuntariamente ao se lembrar do dia em que conheceu Justin. Ela jamais imaginaria que ele se tornaria aquela pessoa fria e vazia dos dias atuais. Justin tinha o sorriso mais lindo e quente que já havia visto. Sua postura era sempre reta e imponente, mas de um modo doce e simpático. Justin era lindo e tinhas os olhos mais claros e brilhantes que alguém já viu. Era realmente triste pensar em como seu rosto estava destruído no presente. Algumas cicatrizes estavam espalhadas por seu corpo que agora era coberto por tatuagens. Seus olhos estavam sempre escuros e opacos, sem vida. Seu cabelo havia perdido o penteado fofo jogado para o lado para então ser cortado um topete que raramente estava arrumado. Seu sorriso então já não era mais visto, ela nem lembrava direito de como Justin ficava radiante sorrindo.

Tudo isso implicou muito na vida de Chanel. A garota perdia noites acordada, apenas pensando em como Justin estava e se ele voltaria vivo para casa depois de suas noites de loucura. Ela não pensava mais em si mesma, tudo era pra Justin e por Justin, mesmo ele não dando valor para isso. Chanel havia se descuidado e terminado seu namoro com Harry, tudo pela paixão arrebatadora que sentia ao olhar a silhueta forte e ao mesmo tempo frágil de Justin. Ela havia trocado um garoto que a amava e lhe tratava bem por um cara que a despresava e a maltratava sempre que tinha a chance. Ela trocou um romance como o de Julieta por um verdadeiro filme de terror onde a mocinha se apaixona pelo vilão.

A primeira gota tocou um dos ombros desnudos de Chanel e ela automaticamente olhou para o céu vendo como o dia tinha escurecido repentinamente. A garota apressou os passos e logo parou em frente a casa dos Bieber. Ela precisava de notícias.

Chanel tocou a campainha e logo uma moça bonita e alta a atendeu com um sorriso.

- Posso ajudar? - A mulher perguntou.

- Ah sim, você poderia me dizer se Jeremy está em casa? - Chanel mordeu os lábios nervosa.

A mulher analisou a garota por alguns segundos e logo sorriu novamente.

- Você pode esperar um pouco aqui? Eu vou perguntar se ele pode te atender.

Chanel a assentiu e a mulher fechou a porta, deixando a jovem do lado de fora.

O frio estava começando a ficar insuportável e Chanel sentia como se seus ossos estivessem sendo esmagados. Seu abraço não era suficiente para manter-se quente e ela teve que pragejar a maldita mulher que a deixara no relento.

Como Deus estivesse ouvindo as presses de Chanel por um lugar quentinho, a porta se abriu e uma senhora baixinha e magra apareceu, permitindo a entrada da jovem.

- Me desculpe por isso querida. - Jeremy disse.

Chanel então notou que ele estava bem ali, pertinho da lareira. A moça sorridente que havia atendido a porta estava abraçada à ele e a garota não pôde deixar de franzir a testa confusa. Aquela mulher não era uma empregada?

- Me desculpe por não ter te convidado pra entrar, eu sou meio desligada. - A moça loira disse rindo de um jeito engraçado.

- Está tudo bem. - Chanel sorriu sem mostrar os dentes.

- E então o que faz aqui docinho? - Jeremy perguntou e aquela última palavra soou nojenta aos ouvidos da garota.

- Eu queria saber como Justin está... Será que posso vê-lo? - Ela perguntou nervosa.

Jeremy arregalou os olhos e logo olhou seu relógio, sorrindo de lado em seguida.

- Você não deveria estar indo pra escola bem agora? - Ele perguntou esperto.

- Ahn, sim. - Chanel respondeu ficando cada vez mais desconfortável.

- Tudo bem, eu vou ligar pro seu pai e...

- Não! Eu... Não ligue pra ele, por favor. Eu só quero saber se Justin está bem. - Chanel disse desesperada, afinal, seu pai a mataria se soubesse onde ela estava.

Jeremy suspirou falsamente e pegou uma agenda que estava sobre a mesinha da sala.

- Tome, aqui está o endereço do hospital onde ele está. - Jeremy disse ao arrancar um pedaço de papel. - Esse é o nosso segredo, tudo bem? Você não conta ao seu pai que eu não estou com Justin e eu não conto que você esteve aqui.

Chanel encarou Jeremy sentindo-se mal por ter aqueles olhos intimidadores sobre si.

- Fechado? - O homem estendeu a mão assutando a garota.

Hesitante, Chanel segurou a mão de Jeremy. Logo em seguida a senhora que abriu a porta a pediu para se retirar.

A chuva agora caía um pouco mais forte, mas nada alarmante demais, porém Chanel não poderia sair de baixo da varanda da casa ou ficaria ensopada. Ela então pegou seu celular e ligou para um conhecido seu que dirigia um táxi. Logo o homem chegou e ela correu até o carro, entregando o papel que recebera de Jeremy ao amigo e deixando que ele a levasse até Justin.

...

Após ter a entrada liberada, Chanel começou a caminhar pelo corredor do velho hospital. Ela estranhou aquela lugar e pensou que Jeremy deveria estar brincando com ela. Ele não deixaria seu filho naquele lugar, deixaria?

Logo os enormes números 318 gritaram em prateado em uma porta de madeira marrom. A garota aproximou-se e abriu a porta hesitante encontrando um Justin desacordado sobre uma maca aparentemente desconfortável.

Aquele quarto era terrível. Os equipamentos eram velhos e tinham uma cor estranha. O cheiro de morfo misturado com álcool era forte e a iluminção estava realmente precária. Justin estava ferido em toda a parte que não estava coberta pelo fino cobertor amarelado. Seu braço esquerdo estava enfaixado e boa parte de sua cabeça também. Chanel sentiu vontade de chorar ao ver o descaso com o rapaz. O sangue de seus machucados não havia sido limpo direito e alguns bichinhos voadores pousavam ali a todo momento. Os lábios e a maçã esquerda do rosto de Justin estavam inchados e escuros. Seus braços estavam sujos e feridos. Ele parecia ter apanhado de, no mínimo, dez pessoas.

Chanel pode ouvir um gemido fraco e sentiu seu coração apertar-se. Justin moveu-se devagar tentando encontrar uma posição confrtável para sua coluna, mas a dor em suas costelas o deixou limitado.

Apesar do estado de fraqueza e imobilidade de Justin Bieber, Chanel sentia medo do mesmo jeito que sentia quando Justin estava bem. Ela não tinha coragem de anunciar sua presença e essa teria passado desapercebida se Justin não abrisse os olhos.

A garota ofegou assustada e colocou as duas mãos sobre a boca. Justin sorriu de lado e em seguida fez cara de dor. Suas maçãs estavam bastante doloridas.

- Veio ver o showzinho? - Ele perguntou devagar, mas sem deixar de soar sarcástico.

Chanel demorou alguns segundos para responder, mas ao ouvir a risadas abafada de Justin, decidiu falar.

- Você está bem? - Ela perguntou se aproximando devagar.

- Eu pareço bem? - Justin perguntou tentando revirar os olhos, mas, devido ao inchaço, não conseguiu.

- Quem fez isso com você? - Chanel perguntou trsitemente.

- Pare de cuidar da minha vida. O que você está fazendo aqui? - Ele disse rude.

- Qual é Justin! Eu só estou preocupada. - Chanel disse.

- Não, você não está. Na verdade você só está sentindo falta de ser comida. - Ele debochou.

- Dá pra conversar comigo sem ser tão imundo? - A garota perguntou irritada.

- Eu sou assim. - Ele sorriu de lado.

- Você não é assim. - Chanel rebateu fazendo Justin rir.

- Você não é ninguém pra dizer quem sou eu.

Chanel encarou o rosto inchado de Justin por alguns segundos e supirou sentindo pena dele.

- Nem nesse estado você consegue ser humilde? - Ela perguntou.

- Eu não vou morrer. Daqui há alguns dias eu vou estar novinho em folha e se eu for humilde agora, não vou me perdoar. - Ele disse encarando a porta.

- Você mudou tanto. - A garota comentou.

- Olha, cale a boca. Não venha falar merda agora, tá bem? Se você quiser me chupar é só dizer, mas depois disso vá embora. - Justin disse irritando-se.

- Eu não vim aqui pra isso. - Chanel disse.

- Então por que está aqui? - Ele perguntou.

- Você está triste. - A garota comentou.

- Como é? Que porra você está dizendo? - Ele perguntou rindo.

- Você queria que seu pai estivesse aqui com você, não é? - Chanel perguntou.

- Garota, vá se foder e me deixe em paz. - Justin disse irritado.

- Eu só quero que você saiba que mesmo Jeremy não estando nem aí, eu me importo com você.

Justin riu e negou com a cabeça soltando um 'foda-se' antes de fechar os olhos para ignorar a presença de Chanel.

A garota suspirou sentindo seu coração pular dentro do peito. Ela havia sido corajosa. E mesmo não gostando do que ouviu, ela tentou dizer o que sentia no momento. Ela se importava com Justin como ninguém jamais se importaria.

- Eu venho te ver quando sair da escola. - A garota disse.

- Espero que o ônibus vire e você morra. - Justin comentou de olhos fechados.

Chanel negou com a cabeça e saiu do quarto apressada. Sua cabeça estava a mil e ela queria chorar. Era difícil ouvir alguém desejando sua morte daquele jeito. Era duro aguentar o desprezo, mas o que ela poderia fazer? Não conseguia se libertar daquilo. Ela estava perdidamente apaixonada pelo maldito Justin Bieber. Ela não conseguia não se importar com ele.

Continua...


E aí amores? Gostaram ou ficou estranho? .-.
Deixem comentários dizendo o que precisa ser mudado, ok? Quero que vocês estejam satisfeitas.
xxxxxxxxx

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

WHAT'S UP!?

E aí genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

Bem, eu demorei um pouco pra fazer o blog porque não tenho experiência nisso, mas enfim, dei o meu melhor por vocês. Eu quis deixar a aparência do blog escura para que fique mais confortável de ler e vou tentar ser mais presente aqui do que eu fui no Nyah.
Estou muito animada com isso e o primeiro capítulo de Hopeless -rescrito- será postado assim que o blog tiver, no mínimo 10 seguidores. Mas isso não quer dizer que eu não vá falar um pouquinho sobre a fic!
Como vocês sabem, a primeira versão de Hopeless -que mal começou e já vai ser modificada- não era exatamente o que eu queria fazer. Algumas pessoas começaram a me dizer o que fazer e eu acabei me enrolando em tudo, revelando coisas que deveriam ser mantidas em segredo e me precipitando.
Essa nova versão será muito melhor -na minha opinião- porque eu estou cheia de idéias e haverão algumas mudanças.

Que mudanças?

1- Começando pela personagem, Cassidy Morcle, que nessa versão se chamará Chanel Celaya -sim, ela será representada pela menina de ALAYLM- como vocês podem ver no banner lá em cima. (PS: O banner mudará de acordo com a história que estiver sendo escrita, no caso, como Hopeless é a primeira, nós vamos usar esse primeiro)
2- Josh continuará na fic! \Ô/
Nessa versão ele não será irmão do Justin :(
3- Justin será um High School! Sim, ele não será tão velho como na outra fic, mas, ainda assim, será mais velho que Chanel.

Ok, preciso parar ou vou acabar revelando coisa demais.
Enfim babies, aqui está o blog. Fiquem ligadas que a qualquer momento o capítulo pode sair!

Pergunta: Que nome vocês dariam para os fãs do blog? Respondam hein!

E então, o que acharam da aparência do blog?

xxxxxx #swag