Junkyard
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- Eu venho te ver quando sair da escola. - A garota disse.
- Espero que o ônibus vire e você morra. - Justin comentou de olhos fechados.
Chanel negou com a cabeça e saiu do quarto apressada. Sua cabeça estava a mil e ela queria chorar. Era difícil ouvir alguém desejando sua morte daquele jeito. Era duro aguentar o desprezo, mas o que ela poderia fazer? Não conseguia se libertar daquilo. Ela estava perdidamente apaixonada pelo maldito Justin Bieber. Ela não conseguia não se importar com ele.
...
Três dias haviam se passado desde que Justin fora internado. Jeremy ainda não havia aparecido na empresa, muito menos tinha ido visitar seu filho. Charlie estava estressado com o excesso de trabalho e isso estava acabando com todos da casa, principalmente Chanel.
O sinal tocou e os alunos levantaram-se apressados. Chanel estava ansiosa para visitar Justin mais uma vez e, apesar de estar tomando um gelo dele desde a primeira conversa no hospital, ela ainda se sentia animada. Era até melhor assim porque ela poderia falar qualquer coisa, poderia contar sobre seu dia ou sobre como sua mãe estava feliz com o aniversário de 150 anos de Newark.
A garota caminhava calmamente pelo corredor enquanto contatava seu amigo taxista, quando viu um garoto afobado vir correndo em sua direção. A jovem então se despediu de seu amigo e combinou de esperá-lo na esquina da escola em quinze minutos.
- Chay! - O rapaz gritou parando na frente da garota e apoiando as mãos no joelho.
Chanel revirou os olhos.
- Isso é o que dá faltar tantos treinos, você está enferrujando. - Ela disse.
- Eu descobri o que aconteceu com o Bieber. - Ele disse vitorioso ignorando o comentário da amiga.
- E? - Ela perguntou entediada.
- Eu te disse que ia descobrir, não disse?
- Tanto faz. - Chanel deu de ombros.
- Enfim, como eu estava dizendo, eu descobri que o Bieber foi assaltado e está em um hospital no centro. - Connor disse como se tivesse acabado de solucionar um caso.
Chanel riu pelo nariz. O coitado não sabia do que estava falando.
- Como você sabe disso? - A garota perguntou segurando a risada.
- A pergunta é: como você não sabe disso? - Connor cruzou os braços. - Toda Newark Tech sabe!
- Tudo bem, talvez eu não tenha prestado atenção ao que Denise falava mais cedo. - A garota comentou.
Connor revirou os olhos e se pôs ao lado da amiga, a envolvendo com um dos braços pelo pescoço.
- Vai pra casa agora? - Ele perguntou enquanto caminhavam em direção à porta.
- É. Aliás, a Denise me pediu pra te avisar que ela está te esperando perto do banheiro feminino. - Chanel disse.
- Mas... Que merda ela vai fazer em... - Connor calou-se e, aos poucos, um sorriso torto carregado de malícia se formou em seus lábios. - Agente se fala depois.
Chanel riu enquanto via seu amigo sumir pelos corredores feito um foguete. Demoraria poucos minutos pra que Connor percebesse que Denise estava treinando e não o esperando perto dos banheiros. Esse tempo seria perfeito para que Chanel fugisse sem precisar aceitar uma carona dele ou explicar para onde iria.
O caminho pareceu mais comprido naquele dia. Chanel estava se mordendo de felicidade porque no dia anterior descobrira que Justin estava melhor da dor nas costelas ao vê-lo debruçar-se para pegar algo no chão, do lado da cama.
Ela ainda se sentia trsite pelo contínuo descaso de Jeremy. Ele era tão cara de pau que inventara um tal assalto para esconder o quão errado seu filho era. E, certamente, também inventara o fato de Justin estar internado em um hospital no centro, afinal, os hospitais no centro eram, no mínimo, confortáveis, o que era diferente do lugar onde Justin estava.
O táxi parou e Chanel pagou a corrida, agradecendo à seu amigo. Logo a garota chegou até a recepção e pediu a autorização para ver Justin, mas havia algo de errado.
- Me desculpe senhorita, você é algum tipo de parente dele? - A moça perguntou.
- Ahn, não. Eu... sou só uma amiga. - E então Chanel sorriu amarelo.
- Bem, nós tentarmos entrar em contato com o senhor - Ela olhou o computador. - Bieber, mas infelizmente não conseguimos, então seria muito bom se você pudesse avisá-lo sobre o acontecido.
Chanel paralisou já pensando no pior.
Como assim? Justin estava cada vez melhor e... As coisas não devem ter dado tão errado. - Pensou a garota.
- Que acontecido? - Ela questionou.
- Hoje mais cedo o doutor responsável pelo jovem foi examiná-lo, mas ao chegar no quarto ele deu conta de que tudo estava vazio. - A mulher explicou.
- Ele... fugiu? - Chanel franziu a testa.
- O garoto não está em parte alguma. Essa é a nossa única desconfiança.
Chanel irritou-se com o que acabara de saber.
Que tipo de problema mental Justin tinha mesmo?
- Droga. Ele sabia que não podia sair assim. - Chanel lamentou. - O que vocês vão fazer sobre isso?
- Não podemos fazer nada. Ele saiu daqui, então não é mais problema nosso. - A mulher deu de ombros parecendo perder toda sua formalidade e gentileza em milésimos de segundos.
- Exatamente! Ele saiu daqui sem estar em condições pra isso. Como vocês podem deixar isso acontecer? Foi falha na seguança do hospital! - Chanel disse alterada.
- Isso não é um hospital de riquinhos, tudo bem? Nós temos pessoas morrendo na fila, não podemos ficar perdendo tempo com coisas idiotas. - A mulher alterou-se também. - Retire-se ou eu vou chamar a segurança.
- Se essa porcaria tivesse alguma. - Chanel deu um sorriso sarcástico e resolveu sair dali. Discutir não ajudaria em nada.
Ela precisava contar tudo a Jeremy mesmo que ele a fizesse sentir calafrios.
Dessa vez a garota resolveu pegar um ônibus porque seria mais rápido. Ao chegar na casa dos Bieber, Chanel correu até a porta e tocou a campainha de um jeito louco.
- Calma maldito! - Alguém murmurou irritado e Chanel reconheceu ser a voz de Jeremy.
A porta foi aberta e a expressão de ódio de Jeremy esvaiu-se ao perceber quem estava ali. Chanel por sua vez arregalou os olhos ao ver que o homem vestia apenas um roupão cobrindo apenas de sua cintura pra baixo e mostrando o quão arranhada estava sua barriga e tórax.
- Olá bonitinha. - O homem sorriu e Chanel sentiu seu estômago revirar.
- Oi. - Ela sorriu sem humor. - Eu preciso te contar uma coisa.
- O que aconteceu? - O homem perguntou e só então a garota percebeu que ele segurava um copo com algum líquido dentro, segundo ela mesma, Tequila.
Ele então deu espaço para que a jovem entrasse e em seguida fechou a porta. Chanel engoliu em seco. Pensar em estar sozinha com Jeremy fazia a garota tremer, então ela tentou convencer a si mesma que aqueles arranhos no corpo do homem significavam que ele estava bem acompanhado.
- Sente-se. - Ele disse. - Quer um pouco?
Jeremy estendeu o copo na direção de Chanel que negou com a cabeça apreensiva.
- Você sabia que Justin fugiu do hospital? - Ela disse de uma vez.
O homem supirou e sentou-se no braço de um dos sofás deixando coisas demais à mostra. Chanel desviou o olhar.
- Eu já esperava por isso. - Jeremy bebericou sua bebida despreocupado.
- E o que vai acontecer agora? Você não pode deixar seu filho machucado por aí. - Chanel pôs-se a falar.
- Não se preocupe, Justin se vira. - Jeremey deu de ombros.
- Você sabe que ele mal consegue andar direito, não sabe? - Perguntou a jovem.
- Sei. - Ele respondeu.
- E você também sabe que as noites aqui em Newark estão cada vez mais frias, não? - Ela perguntou mais uma vez.
- Sei. - Jeremy disse entediado.
- Não vai fazer nada sobre isso? - Perguntou indignada.
- Justin já é bem grandinho. - Ele se desfez com desdém.
- Não, ele só tem 18 anos. Acorda, cara! - E então Chanel saiu da casa quase voando.
A garota estava irritada. Muito irritada. Não conseguia pensar em um pai pior que Jeremy. Será mesmo que ele não se preocupava com Justin? Era tão frio da parte dele!
Chanel abraçou o próprio corpo sentindo o estranho frio que vinha abatendo Newark. Ela sabia onde Justin poderia estar, mas tinha medo de arriscar.
E se ele não estivesse lá? E se aqueles caras vissem ela sozinha? E se tudo desse errado?
Mas então ela lembrou de Justin e de como ele precisava dela para convencê-lo a voltar por hospital, ou até mesmo pra voltar pra casa.
Valeria à penas correr esse risco por alguém como Justin? Alguém que não se importava com ela?
Isso ela teria que decidir rápido, Justin poderia estar em apuros, afinal, ninguém descobriu quem o machucara daquela forma e só Deus sabia onde eles estavam.
...
Justin estava cansado e sentia que sua costela reclamava da longa caminhada que ele fizera até o ferro velho. Ele então deu um gole em sua garrafa de Tequila, tragando seu cigarro em seguida, sem se importar se corria o perigo de explodir fazendo aquela loucura.
As mãos do garoto estavam trêmulas de frio, mas nem isso fazia com que a idéia de voltar para o hospital fosse, ao menos, cogitável para Justin. Sua calça jeans e sua camiseta preta mal colocadas não eram suficientes para fazê-lo sentir-se quente, mas aquela garrafa o estava deixando tão fora de si que ele até pensou estar vendo mais alguém, além dele, naquele lugar. E talvez ele não estivesse tão fora de si assim.
Chanel avisou os cabelos dourados que brilhavam ainda que o céu estivesse nublado. A pele branca do rapaz estava bem mais clara que o natural e suas vestes escuras destacavam isso. A garota percebeu que ele segurava algo com uma das mãos, enquanto com a outra manuseava seu cigarro. O corpo dela enrijeceu-se. Justin não estava em seu estado normal pelo modo como a encarava e isso era assustador. Ele continuava estupidamente lindo daquele jeito.
O rapaz levantou-se e ficou em alerta para atacar quem quer que fosse. Ele não conseguia enxergar direito já que sua visão estava embaçada. Seu coração estava acelerado, mas não dava pra saber se era por conta do cigarro ou por medo do desconhecido. Seu peito subia e descia denunciando sua respiração ofegante. Sua jugular estava alterada como se fosse explodir e esse não era um bom sinal. Mas tudo foi se dissipando quando Justin reconheceu a silhueta delicada e bem feita de Chanel. E ao contrário do que seria natural para qualquer rapaz adolescente, ele não admirou a presença da garota.
- J-Justin. - Chanel chamou temerosa.
O garoto continuou a encarando, mas sua expressão de assustado mudara para raivoso. Ele estava muito bravo. Bravo e desnorteado.
A garrafa foi jogada no chão e o cigarro também, mas por sorte, nenhu dos dois se encontrou depois da queda.
Justin deu três passos e Chanel recuou um. Ele sorriu de lado.
- Está assustada? - Perguntou divertido.
- Você precisa voltar p-pro hospital. - Ela engoliu seco.
- E você veio me buscar? - Justin aproximou-se um pouco mais.
- Sim. - Ela assentiu fechando os olhos ao sentir que o rapaz segurara seus dois braços.
- Você é tão estúpida. - Ele riu pelo nariz e segurou firme no cabelo da jovem. - Cadelinha, cadelinha.
Justin riu pelo nariz mais uma vez e puxou o cabelo da garota para o lado, embrenhado seu rosto no pescoço de Chanel.
- Justin... Me solta, por favor. - Ela pediu e o rapaz afastou-se bruscamente.
Justin suspirou e colocou as duas mãos nos próprios quadris, encarando a menina à sua frente.
- Vá embora vagabunda. - Disse irritado.
- Você precisa vir comigo. - Ela insistiu.
- Não, eu não preciso. Agora dê o fora que os caras estão chegando.
- Que caras? - Perguntou.
- Os caras que vão encher sua cara de bala se te virem aqui. - Justin declarou sorrindo como se a ideia o agradasse.
- Eu não vou embora sem você. - Chanel agarrou-se a um dos braços de Justin.
- Solta meu braço porra! - Gritou puxando o braço e gemendo em seguida pela dor em sua costela. - Vadia!
Chanel arregalou os olhos ao ver Justin levantar o braço esquerdo e acertar seu rosto logo em seguida.
- Que merda você tem na cabeça garota? - Ele perguntou irritado vendo que ela começaria a chorar. - Me deixe em paz! Pare de me seguir por aí, isso é insuportável.
Enquanto falava Justin cutucava o ombro e a testa da garota com o indicador. Na última palavra da frase ele a empurrou fazendo com que ela caísse sentada no chão.
- Vamos embora comigo, por favor. - Insistiu a garota enquanto levantava-se em lágrimas.
Justin urrou de ódio e a segurou pelo cabelo com força.
- Eu vou te dar o que você quer vagabunda. - Justin deu uma puxada forte fazendo a garota cair de joelhos. - Não é foder que você quer porra? Quer que eu te coma, não é? Hein? Diz pra mim vadia!
- Me solta seu imbecil! - Chanel disse enquanto tentava atingir Justin com tapas e socos, sem sucesso.
Justin deu mais um tapa em Chanel e a deitou no chão, sentando sobre ela.
- Nós vamos até ali e eu quero que você fique bem quietinha, entendeu? Não quero ouvir uma palavra vinda de você. - Justin puxou o cabelo de Chanel mais uma vez. - ENTENDEU?
- Entendi, eu entendi. - Choramingou a garota.
Justin então saiu por entre os carros do ferro velho arrastando a garota pelo cabelo enquanto essa tentava acompanhar os passos dele. Quando ambos chegaram perto da lataria de um enorme caminhão, Justin largou Chanel e a mandou entrar no véiculo antigo.
A garota estava assustada, mas sabia que não podia fazer nada, estava desprotegida ali, totalmente a mercê dos desejos de Justin Bieber.
CONTINUA...
E aí? Esse final não ficou tão bom quanto deveria porque quando eu escrevi ele, eu estava doente (ainda estou, mas melhorei um pouco). E não postei antes porque ou estava no hospital, ou dormindo, vocês sabem, adoecer acaba com você.
Enfim, é isso aí, me desculpem pela demora.
xoxoxoxox